O 1º Abraçando o Uruguay - MARCÃO - Guarulhos - SP.

 
 

 

 

 

ou De Como o Rio Grande e o Uruguay estão Dentro de Mim

 

 
Marcão - Guarulhos 

 
 
E foi numa reunião ecumênico-filosófico-estético-musical-etílica e motociclística em casa de Aninha e Flavinho em Juiz de Fora (MG), por volta do final de outubro de 2011, que fiz formalmente o convite ao Formigão, grande parceiro de estradas e copos, para me acompanhar à fronteira sul deste país infeliz com o fim precípuo de participarmos de um evento motociclístico internacional interessante e sui generis, o 1º Abraçando o Uruguay, promovido pela Irmandade Sem Fronteiras, cuja equivalente no Uruguay e na Argentina é la Hermandad Sin Fronteras.
 
Naquela altura eu já havia sido convidado para esse evento pelo grande motociclista e parceiro prá qualquer parada Paulo Canibal {in memorian}, integrante do M.C. Pica Paus do Asfalto de Rio Grande (RS), e à época conselheiro local da Irmandade Sem Fronteiras.
 
Formigão de pronto aceitou meu convite, e a partir disso bastou acertarmos os ponteiros e fazermos a sintonia fina de datas e roteiro básico, que incluiria no retorno a travessia de parte do Rio Grande do Sul pela Estrada do Inferno (BR-101), que liga São José do Norte (RS) a Osório (RS).
 
Marcamos então nossa saída de Guarulhos (SP) para o dia 27 de novembro, dia de Nossa Senhora das Graças, padroeira dos motociclistas.
 
Dias antes da nossa partida fiz a revisão dos 25 mil km de minha moto, substituí sua transmissão secundária e decidi que seus pneus durariam (ou teriam que durar) pelo menos mais 5 mil km, até meu retorno do Uruguay para Guarulhos por absoluta falta de plata, por supuesto.
 
No dia 26 de novembro, um sábado nada especial, enquanto Formigão percorria os pouco mais de 430 km entre a Ilha do Governador (RJ) e Guarulhos, arrumei minhas bagagens, encilhei a moto, lubrifiquei sua corrente, preparei meu já combalido coração e passei a aguardar o horário de ir recepcionar o Formigão na vizinha Itaquaquecetuba (SP), conhecida carinhosamente por Itaquá. 
 

Pouco depois das 13 hs Formigão chegou ao posto de combustíveis na Rodovia Ayrton Senna (SP-070), que já se tornou nosso tradicional ponto de encontro, e depois de efusivos abraços e beijos, tivemos um repasto frugal a título de almoço, no restaurante do próprio posto.
                                        
 
Após contarmos um ao outro algumas mentiras novas como sobremesa, nos dirigimos ao meu bunker no Parque Cecap, na nada querida Guarulhos.
 
 
 Em casa e já devidamente instalado, Formigão tirou a poeira (pouca) da estrada e passamos a conversar asneiras em profusão. É impressionante como apenas duas pessoas podem conversar tanto e não dizerem nada...
 
Depois Formigão se refestelou seminu e prazerosamente se entregou aos braços de Morfeu, ou seja, hibernou e roncou feito uma porca velha.
 
Quando a tarde perdia sua luta inútil para a noite, sabedores de que motociclista fino é outra coisa, passamos a degustar presunto Parma, salame italiano, queijo Gruyere y otras cositas más, regados pelo legítimo rum Captain Morgan que entremeamos com ampolas de cervejas Patricia e Patagonia.
 
Com a noite pega, jantamos uma competente pizza calzone de muzzarela de búfala malhada, rúcula e tomate seco al pesto. Chique, muito chique. Depois, por volta da 1:00 h dell’alba, fomos dormir pois acordaríamos muito cedo para darmos nosso start nessa viagem que já me deixava ansioso e angustiado.
 
No dia 27 de novembro, domingão, acordamos às 5:00 h objetivando sairmos às 6:00 h, e estávamos com as caras mais amassadas que chinelo de gordo em face das nada desprezíveis quantidades de líquidos etílicos que havíamos sorvido na noite anterior. Ainda assim estávamos mais espertos que lambari de sanga, e mais faceiros que guri de bombachas novas. Partimos enfim em nossas motos mais carregadas que caminhão de gringo.
 
Na noite anterior havia chovido muuuuuuito, porém o dia amanheceu bacana e saímos ao romper da aurora com o vislumbre de um dia sem chuvas.
 
Iniciamos nosso trajeto pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116) e às 6:30 h já estávamos no final do Rodoanel de São Paulo, e entrando na Rodovia Regis Bittencourt (BR-116) que nos levaria a Curitiba (PR).
 
A viagem transcorria sem novidades dignas de nota até que em Miracatú, no Vale do Ribeira (SP), paramos para reabastecimento e mijadinhas, e fomos obrigados a permanecer mais de hora parados, pois a chuva que ali caía era uma grandeza, uma pororoca amazônica.
 
Prosseguimos depois já com chuva domável no rumo Sul, e em Garuva (SC), em meio a um trecho tranqüilo, fomos brindados de chofre com uma borrasca diluviana. Como não tínhamos onde nos proteger, e tentar parar no acostamento naquelas condições climáticas, caso o enxergássemos, seria uma temeridade, seguimos assim mesmo num vôo cego preocupante. Todos os veículos que ali trafegavam, pararam no acostamento por precaução porque a visibilidade tendia a zero. Até por medida de segurança prosseguimos singrando as águas pluviais bravias em velocidade reduzida.
 
Os ventos eram tão fortes que as águas nos atingiam de lado e não de cima, entrando entre a base do capacete e a gola da jaqueta. Em dado momento até vi o velho Noé e sua arca zoológica parados no acostamento e nos acenando, mas logramos êxito em prosseguir até Joinville (SC), onde ancoramos para reabastecimento.
 

Nessa altura, como se fora mágica, o céu começou a se abrir e a limpar, e daí tudo melhorou, como se naquele céu Moisés estivesse a reeditar a célebre abertura do Mar Vermelho para o êxodo egípcio. Muito interessante. Pensei até ter lido n’algum lugar, numa tábua, “Não cobiçar a mulher do próximo quando o próximo estiver próximo”. Teriam sido as Tábuas da Lei com alguma jurisprudência cafajeste inserida ?

 
E chegamos à maison Verani {in memorian} em São José (SC) inteiros e bem molhados. Baixamos a adrenalina com umas quantas cervejas que regaram bons tira-gostos. Tiramos depois o mofo rançoso da viagem aquática e falamos (muito) mal dos ausentes. Jantamos muita pizza (non è vero, Verani ?) e celebramos a vida, o encontro, os amigos queridos, nossas viagens, nossos amores e minha tristeza. Depois, rapidamente para a cama.
 
Eu aanddava meio que triste, macambúzio e meditabundo, mas o importante era que eu estava bem na medida do possível, estava na companhia de amigos porretas e sabia e sei que a estrada é meu caminho e minha eterna busca de mim mesmo. Além disso, ir ao Uruguay sempre me faz muito bem, e aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para voltar inteiro.
 

 

 
A propósito, o Verani estava recém operado, tendo sido submetido a uma cirurgia de implantação de prótese de joelho. Coisa bem delicada. Ele não dizia, mas sei que lhe implantaram na verdade uma espécie de junta homocinética sideral de última geração desenvolvida pela NASA em provas de Fórmula 1, com teto solar, computador de bordo, GPS, controle de tração, cd player, banco reclinável e outros bichos. Com essa, o Verani já havia sofrido 471,6 cirurgias ortopédicas, e dava mais trabalho à sua esposa Nelci que tordilho bravo laçado por peão novo. Ele era o nosso Robocop, nosso querido Cyborg.
                             
 
No dia 28 de novembro, após um desjejum delicioso preparado com esmero e carinho pela Nelci, nos despedimos do casal mais querido da bela e Santa Catarina, e saímos de São José com tempo meia-boca, mas afortunadamente sem chuva.
 
Entramos logo na BR-101 e seguimos no rumo Sul com tráfego bem acima da média. Dentro de mim já havia certo frisson, pois eu já prenunciava minha grande emoção quando reentrasse na capital dos gaúchos, e revisse e rodasse por seus meandros. A cada acelerada de minha destra mão, meu coração já combalido por batalhas tantas e emoções várias, respondia mais desassossegado e ansioso.
 

O trecho sul catarinense da BR-101, mais exatamente entre Palhoça (SC) e Sombrio (SC), estava efetivamente de pura adrenalina, com desvios abruptos, mal feitos e mal sinalizados, o que tornava a travessia desse tramo uma aventura incerta e por isso mesmo interessantíssima. Era um pedaço de estrada mais perigoso que buchada de bode azeda. A propósito desse trecho e do trecho de pista simples na Serra do Cafezal no sul de São Paulo que havia naquela época, Formigão e eu nos tornamos os reis do acostamento e não havia mais para nós ultrapassagens demoradas ou difíceis, e pela esquerda ou pelo acostamento era só acelerar. Amamos muito tudo isso ! Coisa boa.

 
Fizemos um primeiro reabastecimento em Maracajá (SC) e ali pensamos equivocadamente que a continuação do trecho para esse dia seria debaixo de chuva, mas felizmente nos enganamos no espaço e no tempo, e acabamos descendo para o Sul pouco depois de a chuva ter caído. Afinal, motociclista tem que ter, também, sorte.
 
Pensando em nos dar mais segurança o Verani nos aconselhara a fazer o trecho entre Torres (RS) e Osório (RS) pela Estrada do Mar, paralela à BR-101 e um pouquinho mais próxima à orla do mar, mas como nesse tramo a BR-101 já está toda duplicada, não vimos necessidade de irmos por uma estrada que tem mais pardais que as árvores da cidade de São Paulo.
 
Assim, continuamos a trilhar nossa rota pré-estabelecida mais animados que china em dia de pagamento da peonada da obra.
 
Em Osório paramos apenas o tempo necessário e suficiente para reabastecimento, mijadinhas, reposição de líquido, um cigarro do Formigão, e ato contínuo entramos triunfalmente na bela e sempre majestosa Free Way, uma das melhores estradas por onde já tive a ventura de passar.
Ao avistar ao longe os imensos cataventos do Complexo da Usina Eólica da C.E.E.E. em Osório, divaguei alegoricamente vendo-os como se fossem moinhos de vento futuristas, e pilotando minha moto eu era um improvável Don Quixote pós-moderno a cavalgar seu Rocinante de aço e a lutar inutilmente em defesa da minha utópica felicidade que a enganar nunca me vinha verdadeiramente. E ao meu lado, Formigão era um doublé de Sancho Pança. E daí me invadiu uma puta tristeza quase que palpável, mas prossegui sem me abalar.                            
 
Os kilômetros finais foram de uma viagem algo monótona e sem nada de extraordinário, com tempo excelente e céu de brigadeiro (até que enfim). Entramos na aristocrática e muito querida Porto Alegre, indo diretamente para a residência do João Vargas e filhas, que nos aguardavam e nos recepcionaram, como de hábito, condignamente.
Ah... Porto Alegre... de tanto querer-te, roubo-te e faço-te minha. Tu que tens o amor, a união e a chegança em tua essência, no cerne de tua fundação. Tu que foste a Porto dos Casais. Tu que sempre me recebes em teu seio com total carinho e me abraças com tuas alamedas seculares, e me passeias por teus belos parques e praças. Tu que tens o condão de acalmares minh’alma sofrida e de confortares meu sobressaltado coração. E em tua noite, tuas luzes mornas e românticas me viajam o pensamento e o sonho, me trazendo suaves lembranças, e me tomas em teu colo manso e me fazes ninar. Eu precisava mesmo estar em ti para beber da tua ternura, para te chorar minhas mágoas, minhas tristezas e te dizer da minha imensa solidão, assim tu me ficas sabendo por inteiro. E por fim te digo que é impossível conhecer-te impunemente.
 
Para desacelerarmos, conversamos muuuuuito, falamos de dores e de amores molhando o verbo com cervejas (muitas) e cuba-libre de rum Bacardi Carta Oro ao sabor de petiscos vários. Foi quase que um tsunami alcoólico. Aliás, é bom que se registre que este nosso início de 1º Abraçando o Uruguay estava se tornando um festival da cachaça, uma orgia hepática sem final. Mas que gente que bebe...                           
Como estávamos empenhados em matar saudades, tomamos pé por alto dos desdobramentos do Caso Prado e fomos jantar no Garcia’s Grill, um restaurante e churrascaria de primeiríssima linha. Muito bom, ainda mais que estávamos em ótimas companhias.
                              
Retornamos ao apartamento do João Vargas, o povo foi se deitar, e eu fiquei discutindo com o teclado do computador do João para poder mandar aos amigos (muitos) e aos inimigos (um pouco menos) um sinal de fumaça e dar sinal de vida.                                      
 
Depois fui dormir também, visando um sono reparador para estar tinindo para o trecho do dia seguinte, quando seguiríamos para a região da fronteira Sul.
 
Dia 29 de novembro, uma terça-feira que amanheceu com tempo loco de especial, acordamos bem cedo, mas o João Vargas já havia saído para levar a Paloma, sua filha mais nova, para o colégio e depois iria lecionar na UFRGS. E o João se esqueceu de nos dar o caminho das pedras para sairmos de Porto Alegre sem bater cabeça, e de deixar à vista o vidro de café solúvel para o Formigão.
 
Esperamos que a Touanda, primogênita do João, acordasse para nos despedirmos dela e para que não deixássemos a porta do apartamento aberta ao sairmos. Descemos, pegamos informações com o porteiro do prédio e saímos na fresca manhã porto alegrense.
 
Antes de partirmos, tentamos encontrar um lugar onde pudéssemos tomar um cafezinho que fosse, mas como era longe demais, desisti e o Formigão foi à luta empurrado por seu vício, pois tem muita necessidade matinal dessa beberagem. Encontrou um café muito do meia-boca e gentilmente me trouxe meio café. Como ele havia se esquecido da carteira, o salvou uma moeda que estava esquecida no bolso das suas calças, e assim pode comprar apenas 1 café. Então tomei um cafezinho de meia pataca. Motociclista pobre é uma merda.
 
Como eu tinha certa noção do caminho a ser percorrido para atingirmos a BR-116 na saída Sul da cidade, fui meio que tateando e obtivemos êxito quase que sem errarmos nada.
Logo em Eldorado do Sul (RS) paramos para reabastecimento das motos. Prosseguimos no rumo Sul e pouco depois o Formigão parou no acostamento por ter dado falta da sua inseparável máquina fotográfica. Ele revirou sua bagagem por umas 11,7 vezes, e a encontrou escondida num cantinho, agachadinha na mala traseira.
 
Tenho prá mim eu essa pobre máquina fotográfica se escondeu por pura estafa, por não agüentar mais o dedo nervoso do Formigão, que tira fotos até do vento.
 
Daí seguimos numa viagem tranqüila por uma estrada de conservação bem razoável e de trânsito leve. Nesse tramo a única ocorrência digna de nota foi termos sido atropelados por um enxame de abelhas ou de marimbondos. Foi um matraquear metralhadorístico bem sonoro e diferente que nos melecou as motos, roupas e capacetes.
 
Fizemos um pit stop técnico na localidade de Cristal (RS) para darmos conta ao Henrique de que estávamos chegando e aproveitamos para reabastecermos as motos e repormos líquido após desaguarmos fartamente. O Henrique me disse que convocara o Ademir para nos recepcionar no posto da Polícia Rodoviária Federal de Pelotas (RS).
 
Retomamos a viagem sem muita pressa e, de súbito, lembrei-me de uma frase do Caderno H do Mário Quintana, grande literato gaucho, que diz que uma vida não basta ser apenas vivida, também precisa ser sonhada. E o que me restava agora era sonhar...
 
 
 Chegando ao ponto de encontro definido pelo Henrique, fomos recebidos com abraços e beijos efusivos do querido amigo Ademir, grande motociclista, que nos recepcionou, como já era de se esperar, dignamente com uma cuia de mate que sorvemos com insuspeito prazer, enquanto matávamos saudades e conversávamos sobre cousas e lousas.                                       
 
Depois o Ademir nos conduziu ao rancho do Zé Luiz onde já nos aguardavam o Henrique, o Dindo, o dono do rancho e outros mais. Tivemos uma boa prosa de encurtar distâncias e almoçamos anchovas (enchovas, ou ainda enxovias) assadas, que haviam sido buscadas em Rio Grande (RS) especialmente para o almoço de nossa recepção. Esse pessoal é mesmo muito carinhos e receptivo. Complementando o repasto havia arroz e saladas. De sobremesa nos foi servido arroz com laranja, delícia cuja origem remonta ao início do século passado. Esse almoço esteve es-tu-pen-do ! E na companhia de amigos queridos tudo fica melhor temperado e saboroso. É... meu pessoal de Pelotas é mesmo gente da melhor qualidade. 
           
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E para lavar toda louça que esse bando sujou para se fartar de um rango tão especial, preparado e servido com tanto carinho, o Henrique usou seu novo modelito fashion.
 
Faço aqui um hiato para uma constatação: na estrada que habita em mim, eu arrincono e medito.
 
Depois de baixarmos o bolo alimentar falando mal de muita gente, como estivéssemos próximos do local, antes de sermos levados para o hotel fomos até o Fragata, um bairro da cidade, para que eu tratasse de um assunto de foro íntimo. E fazia um calor absurdo ! Havia sobre a cidade um sol para cada habitante.  
 
Do Fragata o Ademir nos capitaneou até o Hotel do Cacalo no centro da cidade, na Andrade Neves, entre a Tiradentes e a Teles. O Cacalo é também um motociclista e nos recebeu muito bem, até nos serviu um bom chimarrão e nos fez um precinho bacana. Notei que o Hotel do Cacalo ficava bem defronte à Funerária Carvalho. Caso eu viesse a sucumbir por algum infortúnio, os serviços e paramentos fúnebres já estariam à mão, e o Formigão e meus amigos locais não teriam o menor trabalho com minhas exéquias.                        
  
        
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Baixamos as bagagens, vestimos roupas leves, o Formigão foi com o Ademir até o Manivela solucionar um problema de ajuste da suspensão traseira de sua moto.
 
Conversei com o Cacalo que me ensinou o caminho para eu chegar de moto até a Av. Bento Gonçalves, ao Posto do Guga e de lá até a oficina do Bolinha.
Depois disso, só me restaria repetir a célebre frase em latim supostamente proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que hoje corresponde ao território do norte da Península Itálica) e o território da Itália: “Alea jacta est “. Não está morto quem peleia.
Quando retornei ao Hotel do Cacalo, Formigão e Ademir já haviam voltado e o Formigão estava feliz da vida porque rapidamente o Manivela havia substituido o link de apoio do amortecedor traseiro de sua Ténérézinha, deixando a moto na altura ideal para a compleição física dele.
 
  
Então o Ademir se despediu, foi embora e nós fomos tirar a poeira do asfalto saboreando algumas cervejas Antarctica Sub Zero na esquina da Tiradentes com a General Osório, perto da casa do Henrique.                      
 
Passamos depois na loja Moda Pé – Ferracini, na Praça 7 de Julho, onde compramos dois pares de meias e o Formigão um par de sapatos muito confortáveis, que pareciam tenis, ou vice-versa.
 
Daí voltamos ao hotel, desfizemos as malas, armamos acampamento, tiramos o cansaço do corpo e resolvemos que não sairíamos à noite para podermos dar uma boa relaxada.
 
Então fui escrever um pouco, pois além da estrada, minha pena a desenhar frases, a chorar versos desencontrados e desconexos revelam minhas múltiplas feridas e cicatrizes interiores, e inutilmente tentam purgar minhas tristezas, mágoas e dores, e transformam em texto os muitos espinhos da minha árida solidão.
 
E sem que eu me desse conta, Pelotas anoiteceu, e com o frescor da noite me revisitaram doces lembranças de uma amarga realidade.
 
Tenho uma grande relação de carinho com essa cidade, pois tenho nela muitos amigos sinceros e prestativos. 
  
 Pelotas está localizada a 250 km da capital, sendo uma das principais cidades do Estado e ponto de referência no sul do Rio Grande do Sul. Seu nome é originário das embarcações utilizadas pelos primeiros colonizadores - padres jesuítas, portugueses e espanhóis - para transitarem pelo rio que cruza a cidade, hoje conhecido como Pelotas. Um intenso e próspero negócio surgiu: as charqueadas, onde a carne era salgada e exposta ao sol para durar bastante tempo. Este próspero negócio foi trazido para o Rio Grande do Sul por um português proveniente do Ceará, José Pinto Martins, que estabeleceu-se às margens do rio Pelotas. Em 7 de julho de 1812, a cidade foi fundada. Tornou-se rica e próspera, sendo rota obrigatória de atividades culturais. A herança dos portugueses pode ser encontrada na arquitetura local, nas ruas, culinária e cultura. A principal atividade do município é o comércio, que atrai moradores de todas cidades vizinhas. Em Pelotas existe um grande número de estabelecimentos comerciais e empresas de prestação de serviços. É pólo industrial na confecção de doces artesanais e sua qualidade e sabor são nacionalmente conhecidos e difundidos através da Fenadoce - Feira Nacional do Doce, que acontece todos os anos no mês de junho.
 
Acordamos cedo de bobeira numa quarta-feira que casualmente caiu no dia 30 de novembro, dia do aniversário da Mayuí, minha filha mais nova, e aproveitamos o tempo para colocarmos em ordem nossas bagagens.
 
Mandei um torpedo para a Mayuí cumprimentando-a e parabenizando-a pelo seu 32º aniversário. Isso era importante.
 
Após nossas invariáveis barrigadas matinais, fomos ter o desjejum na Padaria Molom, na esquina da Andrade Neves com a Dom Pedro II, e para poder comer um pão na chapa tive que ensinar a atendente a fazê-lo, pois por aquelas bandas só se faz o pão prensado, semelhante mas não tão gostoso.
 
O dia amanhecera nubladão, fechou geral e a chuva ensopou a Capital Nacional do Doce com vontade e determinação. Formigão foi mesmo debaixo d’água levar sua moto para a revisão dos 5 mil km na Eletromotos, para não perder a garantia.
 
A propósito de temporais e de outras intempéries, a região de fronteira do Rio Grande do Sul de forma geral, e Pelotas e Rio Grande em particular, têm o clima mais hostil aos motociclistas que já conheci no Brasil. Isso devida à proximidade com grandes espelhos d’água como a Lagoa dos Patos, que em verdade trata-se de uma laguna, a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, cumulados com fortes ventos da pampa gaucha. Pior só na Patagonia.
 
Por volta das 10:00 h Formigão retornou da concessionária Yamaha local.                            
 

Parou de chover e saimos caminhando para fotografarmos a bela Catedral do Redentor da Igreja Anglicana do Brasil, situada a pouco mais de 1 quadra do hotel.

Logo depois voltou a chover muito, o que em Pelotas é redundância, e aproveitei então para usar minhas novas meias de hidroginástica. Nada mais apropriado. Só faltava mesmo trocar nossas motos por jet skis.
 
 
Falei com o Henrique, que nos convidou para jantarmos em sua casa, e marquei nosso ponto de encontro com o Canibal, que viria com um grupo de motociclistas de Rio Grande na manhã seguinte, no Posto Fortaleza em Capão do Leão (RS).
 
 
Daí chegou para nos conhecer e nos dar as boas vindas o Claudião, então membro da Irmandade Sem Fronteiras, um caboclo muito solícito, simpático, agradável e prestativo. Ele nos levou para almoçar no Vó Percília que tem o melhor gnocchi da região, e fica na esquina da Bento Gonçalves com a Marechal Deodoro.
 
  
 Do restaurante fomos à casa do Claudião e Evelise, onde descansamos um pouco, pegamos camisetas do 1º Abraçando o Uruguay, ganhamos adesivos, conversamos bastante e depois fomos até a oficina do Gil, na minha opinião o melhor mecânico de motos da região da fronteira sul do Brasil.
 
Tenho muito aprêço pelo Gil, parceiro de chimarrão e de boas e longas prosas, e fiz questão de dar um forte abraço nessa gente boa. Aproveitamos a proximidade e passamos depois na Paulinho Motos.
 
De lá fomos para a Eletromotos, concessionária Yamaha local, onde o Formigão pegou sua moto já revisada e lavada.
 
Então fomos para a Taipa Seguros, na Marcílio Dias defronte ao Colégio Municipal Pelotense, para providenciarmos as apólices do Seguro Carta Verde, obrigatório para se trafegar com veículos automotores nos países do MERCOSUL.
 
Voltamos ao hotel, o Claudião foi cuidar da vida, o Formigão foi aos camelôs e eu fui escrever um pouco mais. Depois saí e fui regular a corrente da moto no Bolinha. Conversei um pouco com ele e fui visitar meus grandes e queridos amigos Dona Lucy e Sr. Walter Salazar {in memorian}. Fiquei bem faceiro ao revê-los, e mais ainda por saber que o Sr. Salazar tinha recém completado 90 anos. Não é para qualquer mortal. Para comemorarmos dignamente, saboreamos bolo de Pelotas com café preto. Bom isso.
 
Voltei ao hotel, dei um jeito nas bagagens e relaxei um pouco pensando, de novo e ainda, na minha incompetência em ser feliz. Na boca da noite Formigão e eu atendemos prazerosamente ao convite feito pelo Henrique e fomos jantar em sua casa com ele e sua linda família. E por não ser tão distante, fomos caminhando.
 
Lá chegando, contamos um pouco de lorotas e mentiras, falamos mal comedidamente dos ausentes, petiscamos muito com o auxílio enológico e luxuoso de um legítimo Reservado Concha y Toro escolhido com acerto pelo Beto, filho do Henrique, e jantamos nababescamente uma ótima comida caseira preparada a 4 mãos pela Dona Francisca e pelo Henrique.  
Masi tarde o Henrique e o Beto gentilmente nos levaram de volta ao hotel. Foi mesmo muito bom me sentir novamente em família. Obrigado, Henrique.
 
Na noite fria e linda fiquei ainda cismando na sacada do quarto do hotel. A noite estava tão fria ..... as estrelas cintilavam no firmamento e olhavam para um lugar qualquer me ignorando totalmente.
Bem mais tarde fomos dormir. O dia seguinte seria de estrada.
 
 
 
 
Dia 1º de dezembro, quinta-feira. Acordamos cedo, arrumamos nossas bagagens, encilhamos as motos, fomos tomar café e passamos a aguardar o Claudião, que viria ao nosso encontro para que juntos fôssemos ao ponto de encontro do pessoal da Irmandade Sem Fronteiras, que como já citei, seria no Posto Fortaleza em Capão do Leão.
 
Amanheceu um dia lindo e muito frio, tão lindo e tão frio quanto quanto olhos que miram o nada, o vazio. E o céuzão era de brigadeiro.
 
Por fim o Claudião foi nos buscar, reabastecemos as motos e fomos para o ponto de encontro onde a raça já nos aguardava. Lá estavam o Canibal e o pessoal de Rio Grande. Também se juntaram ao comboio, além de mim e do Formigão, alguns motociclistas de Pelotas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saimos pela BR-116 no sentido de Jaguarão (RS). Ah... Jaguarão... E logo após entramos à direita na BR-293 e seguimos para o Oeste no sentido de Bagé (RS) e Dom Pedrito (RS). Pegamos a estrada com um baita vento de fazer subir bem alto pandorga (pipa) grande. Estava brabo.
 
Passamos pelo entroncamento para Morro Redondo (RS) e depois Piratini (RS), a 1ª capital da República Rio Grandense, reminiscências da Guerra dos Farrapos.
 
Ao pararmos para reabastecimento e desaguadas em Candiota (RS), até senti de novo o gosto da sopa da Amália na casa do Lasareno ao pé do fogão de lenha, e lembrei-me de como eu estava feliz naquele dia. foi muito bom.
 
Paramos novamente para um pit stop técnico-mijatório e cafezístico em Dom Pedrito (RS), e de lá seguimos até o entroncamento da BR-293 com a BR-158, entramos à esquerda na segunda e seguimos no rumo Sul visando nosso destino para esse dia Já em Santana do Livramento (RS), o Kojak, amigão e parceiro de Ushuaia, nos aguardava no posto da Polícia Rodoviária Federal. Fizemos ali muita festa pelo nosso reencontro e seguimos todos juntos para Rivera (Uy) para baixarmos a adrenalina com a imprescindível colaboração de algumas Patricias geladas, além desandwiches e petiscos. 
 
 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
De lá fomos até a aduana uruguaya cambiar algum dinheiro e providenciar nossos vistos de entrada naquele país hermano, com o fim precípuo de adiantarmos nosso expediente para o dia seguinte.
 
Depois fomos ao CTG (Centro de Tradições Gauchas) Sinuelo do Caverá, onde aconteceria o jantar de confraternização e de início oficial do 1º Abraçando o Uruguay, e alguns já ficaram ali para acampar.
 
De lá o Kojak nos levou para o Hotel Comodoro em Livramento, que mais me pareceu um motel, e eu dormindo com o Formigão talvez até rolasse um clima... {kkkkkkkkkk}. Mas até que o hotel era bem razoável.
 
Eu fiquei desfazendo minhas malas prá tentar descobrir onde eu tinha posto as calças leves, e o Formigão foi aos free shoppings de Rivera comprar tranqueiras. Tomei um bom banho prá minimizar a ziquizira (ou ziquezira, como querem alguns), e fiquei já pronto para o jantar, enquanto aguardava o retorno do Formigão e a chegada do Kojak. Aproveitei para fazer algumas anotações.
 
Registro aqui que a BR-293 corta uma região de fronteira da pampa gaucha, por demais desolada, e cada vez que a atravesso, para que a angústia e a pré-depressão não me invadam a alma, busco algum alento, tento pensar em algo bom.
 
Formigão chegou, se aprontou com toda calma que lhe é peculiar, e o Kojak chegou para nos conduzir ao CTG Sinuelo do Caverá, onde o grupo todo se reuniu para o jantar campeiro, e para o briefing da descida da raça para Montevideo (Uy) no dia seguinte. 
O jantar esteve ótimo, todo o pessoal que nos recepcionou e o grupo de motociclistas foram muito simpáticos e carinhosos para conosco, pois de certa forma o Formigão e eu éramos uma espécie de atração do início do evento por termos ido ao evento saídos de lugares distantes. Recebemos até algumas homenagens e elogios.     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante o jantar o Canibal presenteou a mim e ao Formigão com camisetas do M.C. Pica Paus do Asfalto, com adesivos, com folders turísticos da cidade de Rio Grande e com duas garrafas da autêntica Jurupiga, ou Jeropiga, que é uma bebida típica da Ilha dos Marinheiros em Rio Grande, fabricada artesanalmente pelos antigos habitantes portugueses da ilha. Seus descendentes ainda hoje mantém intactas as características dessa deliciosa bebida, que é feita de sumo de uvas e álcool na proporção de 20% e envelhecida em bordalesas por um período mínimo de 3 meses, e sua fabricação permanece caseira. A propósito, bordalesa é um barril ou tonel de vinho de Bordéus, região da França mais conhecida pelo nome galego de Bordeaux.
 
   A noite estava linda e o céu tinha mais estrelas que farda de ditador de republiqueta latino-americana. Não muito tarde fomos dormir, saindo em pequenos grupos de motociclistas.
 
Acordamos bem cedo no dia 02 de dezembro, sexta-feira, pois a concentração para a largada oficial do 1º Abraçando o Uruguay rumo a Montevideo, seria às 7:30 h na Praça Internacional, na fronteira entre o Brasil e o Uruguay.
 
Apesar de frio, o dia surgiu primoroso, lindo, mais aberto que comporta de hidrelétrica na época das cheias. E a Mamãe Natureza pendurou um sol espetacular no lado do Nascente.
 
Arrumamos as bagagens nas motos e tratamos de ir logo para a concentração. Lá chegando, rapidamente iniciamos de forma oficial o percurso do evento, e fomos conduzidos no início do trajeto por batedores motociclistas da polícia uruguaya. Saímos cruzando o centro de Rivera a caminho da Ruta 5 que nos levaria ao destino desse dia. E foi, para dizer pouco, emocionante e contagiante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na Ruta 5 paramos para demorados abastecimentos em Tacuarembó (Uy), Paso de Los Toros (Uy) e Florida. No pit stop de Tacuarembó tomei um saboroso mocaccino e me apropriei da bonita caneca, a qual, desafortunadamente, devo ter perdido em meio às atribulações da viagem.                   
 
Em Paso de Los Toros furou o pneu da moto do Otto, e para solucionar o problema dos sapato traseiro de sua Harley, ele resolveu ficar naquela cidade e se locomover para o evento no Cerro apenas no dia seguinte.
  
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
No meio do caminho afrouxou o esterco de alguns, e o grupo, por absoluta necessidade fisiológica, teve que ser dividido em dois. Do grupo de fechamento, que era o grupo dos cagões ou obradores, alguns integrantes foram aos pés, descomeram adubando satisfatoriamente o solo verde uruguayo.
 
 
Durante todo o trajeto até Montevideo, a cada entroncamento de cidade ou pueblo, a polícia uruguaya esteve posicionada ao longo da ruta com a finalidade de nos dar segurança e de nos facilitar a passagem. Efetivamente, a polícia uruguaya merece cumprimentos e aplausos, pois agiram da forma que todo cidadão almeja que a polícia de seu país se comporte no trato com seus patrícios e com os estrangeiros. 
 
Já nas cercanias de Montevideo fomos recepcionados por integrantes de la Hermandad Sin Fronteras, que estavam há tempo nos aguardando, e de forma muito carinhosa nos comboiaram até o Cerro, onde fomos cumprimentados condignamente, e de forma afetuosa e emocionante.
 

No Cerro relaxamos com milanesas, tortas fritas empanadas, fainá, Patricias geladas e doses de rum Captain Morgan. Conversamos muito sobre tudo e todos, cantei alguns boleros e foi uma confraternização geral, um só coração. E Formigão e eu fomos convidados pelo casal anfitrião, Jesol e Dona Lidia, para ficarmos hospedados em sua casa. Gracias, hermanos. Muy amables.

Carlito nos levou para conhecermos o cimo do Cerro, onde há uma linda e muito bem preservada fortaleza que remonta ao Século XVIII. Fantástica ! Maravilhosa vista com a Montevideo de Artigas a nossos pés.

 

 

 

 

 

 

 

 

O Cerro é o monte que originou o nome Montevideo. Ele é o sexto monte a Oeste que os navegadores avistam quando adentram o Estuário do Rio da Prata. Na época das Grandes Navegações, os cartógrafos das esquadras identificavam o Cerro como Monte VI (seis em algarismos romanos) de O (oeste), daí o nome Monte VI de O. Motociclismo é, também, cultura.

 

 

 

 

 

 

  

 

Bem mais tarde fomos levados pelo casal Jesol e Dona Lidia para sua casa. Depois de um bom banho jantamos pizza com fainá, hecha con harina de garbanzo (farinha de grão de bico). Depois fomos dormir cansados e satisfeitos com o grande prazer de estarmos novamente no querido Uruguay. 

No dia 03 de dezembro acordamos cedo, tiramos o ranço do dia anterior, tomamos café, arrumamos as motos e fomos para o Cerro. Lá chegando, o Canibal me presenteou com outra camiseta do M.C. Pica Paus do Asfalto e aproveitamos para acertarmos nosso retorno com um pessoal de Rio Grande, encabeçados pelo Cláudio Velho.
 
O pessoal que cuida da sede dos moteros de Montevideo no Cerro, foi muito simpático e gentil para comigo me presenteando com uma embalagem de fainá. Muchisimas gracias, queridos.
 
Saímos do Cerro e fomos para a concentração geral de motociclistas brasileiros, uruguayos e argentinos na Playa del Cerro, enquanto que o Formigão foi dar uma barrigada extemporânea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demos uma grande volta por toda a capital del MERCOSUR guiados e protegidos por batedores motociclistas da polícia uruguaya. Fizemos uma parada na região portuária da cidade e fomos ao Mercado del Puerto, ponto turístico tradicional, onde tomamos inadvertidamente um vinho caríssimo que pensamos fosse para degustação pública. Pedimos desculpas e saímos à francesa. Aproveitei e comprei luvas forradas de pele e camisetas.

 

 

 

 

 

 

 

Continuamos o passeio percorrendo toda a Rambla (orla do Estuário do Prata), na parte nobre da cidade. Fizemos o pit stop alimentar no belo Parque Rodó, e almoçamos no Rodelu. Evidentemente saboreamos chivitos (quanta lembrança...) regados a Zillertal bem gelada.

Enquanto descansávamos e aguardávamos o início do rega-bofes, mudamos os planos iniciais de nosso retorno e resolvemos que provavelmente a raça dormiria no Chuí (RS), pois seria um trecho com muitas paradas para fotos e compras nos free shoppings da fronteira. Para o grupo todo poderia ser uma loucura tentar chegar no próprio domingo em Pelotas e Rio Grande, atravessando o Banhado doTaim.  

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda de tarde o Formigão teve que atravessar a cidade para voltar ao Cerro, pois havia deixado lá sua jaqueta de viagem.
 
  Por fim teve início a 1ª Motocena Solidária muito animadamente, com direito até a um DJ competente que pilotava com maestria sua parafernália eletrônica.
Mandamos bala no rum Captain Morgan entremeando-o com cervejas Patricia, enquanto fazíamos fisioterapia e RPG nos maxilares destroçando fartos nacos de costela e lingüiça com pão, salada e chimichurri. A conversa brotava de nossas bocas aos borbotões. E o Canibal, o Vagner, o Schutz e a Fabrícia sempre a nos fazer companhia
 
 
Em dado momento o Canibal deu um verdadeiro show entoando músicas em sua gaita de boca. Tocou até um baita tango para que um casal de vovôs gracinhas bailassem com desenvoltura. Grande Canibal ! Que saudade dolorida tenho de ti.
Em meio a um comovente discurso bilíngüe feito pelo Romácio, orador oficial do 1º Abraçando o Uruguay, fomos homenageados com troféus e diplomas. Ficamos muito felizes e agradecidos.
Lá pelas tantas, como o Jesol e Dona Lidia precisariam permanecer ainda por longas horas no Centro de Protección de Choferes, uma de suas filhas fez a gentileza de nos conduzir até sua casa para podermos dormir. Que cansaço gostoso ! 

 

 

 

 

 

Dia 04 de dezembro, domingo de sol para aquecer o coração das aniversariantes desse dia de Santa Bárbara, que no sincretismo religioso da Umbanda corresponde a Iansã, título que Oyá recebeu de Xangô. Iansã é a mãe do entardecer. Ani Acordamos muito cedo para refazermos nossas bagagens e encilharmos mais uma vez as motos. Saímos e mais uma vez fomos guiados pelos incansáveis Jesol e Dona Lidia até o Cerro, de onde partiria parte do Bonde do Retorno.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sem muita demora saímos comboiados pelo casal Jesol e Dona Lidia até a Av. 18 de Julio no coração de Montevideo, e paramos defronte ao Hotel Lancaster onde o restante do Bonde do Retorno nos aguardava.

Nos despedimos agradecidamente de nossos anfitriões Jesol e Dona Lidia, e num bonde de mais de 20 motos seguimos pela Av. 18 de Julio e Av. Italia até entrarmosna Ruta 1-B através da qual seguimos no rumo Nordeste, no sentido de Maldonado (Uy).
 
Quando nos encontramos com amigos motociclistas inventamos um mundo melhor.
 
Durante o trajeto, como eram muitas motos, parte do grupo se desgarrava e mais à frente se juntava de novo. Isso era bom porque quebrava a monotonia de se viajar por estradas tão boas num país tão calmo.
 
Em Punta Ballena (Uy), o primeiro grupo, do qual eu fazia parte, resolveu seguir em frente sem esperar pelos demais, mas eu fiquei aguardando o segundo grupo chegar. A partir disso a viagem se tornou mais relaxada. 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
   E ali em Punta Ballena fizemos uma longa seção de fotos, e compramos algumas lembrancinhas de artesãos locais. Punta Ballena é mesmo um local lindíssimo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 E ali em Punta Ballena fizemos uma longa seção de fotos, e compramos algumas lembrancinhas de artesãos locais. Punta Ballena é mesmo um local lindíssimo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 Seguimos então para a majestosa e aristocrática Punta del Este, onde houve outra longa seção de fotos, e paramos ali também para reabastecimento. No monumento intitulado “La Mano”, em que o artista chileno Mário Irarrázabal faz referência aos afogados e que foi esculpido durante o verão de 1982, enquanto ele participava do primeiro Encontro Anual Internacional de Escultura Moderna ao Ar Livre, nessa cidade, a seção de fotos foi exageradamente grande, inclusive com direito a tombos involuntários meus e de outros caminhando rapidamente de botas sobre a areia fofa.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prosseguimos em grupo no sentido Norte e, de repente, após cruzarmos a charmosa ponte de La Barra, ficamos em apenas duas motos, o Romácio com seu filho Jr. na garupa e eu. Os outros haviam sumido. Em Manantiales (Uy), no entroncamento da Ruta Interbalneária com a Ruta 103, esperamos pelo grupo por mais de meia hora, e como não viesse, seguimos pela Ruta 103 no rumo Oeste em direção da Ruta 9.

Ao chegarmos ao seu entroncamento, vimos o nosso grupo passando na nossa frente na Ruta 9. Se tivéssemos marcado encontro não teria dado tão certo. Seguimos então todos juntos e paramos em Rocha (Uy) para reabastecimento geral e irrestrito, hidratação interna e mijadinhas aliviantes.
 

Chegamos no Chuy (Uy) e aguardamos alguns retardatários (de novo) na aduana uruguaya.

 Na cidade de Chuí nos hospedamos no mais que razoável Firper Hotel. Para não perdermos muito tempo por conta de eu precisar tentar resolver certa parada em outra localidade, fomos direto para os free shoppings onde compramos algumas bobagens e, principalmente, um carregamento do autêntico rum Captain Morgan red stripe. O Mito, que estava no carro de apoio, nos fez a especial gentileza de levar as duas caixas de rum, mas não sabíamos ainda como faríamos para levar prá casa, cada um, 12 ampolas do precioso néctar em motos pequenas e já carregadas.

 
A partir disso eu estava entrando em off por um curto espaço de tempo.
 
Na segunda-feira, dia 05 de dezembro, o bonde saiu do Chuí sem pressa, mas com algum tumulto, pois parte do
 
 grupo seguiu na frente com o Claudião, que não podia desligar a moto por estar sem partida, e caso a mesma
 morresse ou fosse desligada, seria uma nova e pesada função para o super Vagner e sua intrépida HD.
 
 
 
 
 
O Canibal falou que o Formigão sumiu na hora da partida, e que o pessoal foi abastecer e retornou para procurá-lo. O reencontraram entrando no posto para reabastecimento, e ele contou que havia feito um segundo tempo de barrigada. Eta homem para obrar !
 
Então o segundo bonde entrou na BR-471 e seguiu no rumo Norte a caminho de Rio Grande, e volta e meia se reencontrava com o bonde da moto podre, que havia saído antes. 
Durante a travessia através do canal de ligação da Laguna dos Patos com o Oceano Atlântico, choveu um pouco, mas apenas uma garoa forte de molhar bobo. Na balsa conhecemos dois motociclistas de Torres (RS), o Zé Justo e o Maurício, que 
estavam terminando uma volta por todo o Estado onde nasceram.
Desembarcamos e iniciamos o trecho da Estrada do Inferno, que é o início da BR-101, em 4 motos e nos pareceu que a estrada estava boa, mas ali nos aguardava escondida, depois de uma curva impessoal, uma chuva bem forte e nervosa.
 
Paramos em Mostardas (RS) para reabastecimento e café, e para isso tivemos que entrar na cidade. Na Padaria Estrela defronte ao posto de combustíveis tomamos café com pão cervejinha. Muito bom, gostei dessa novidade de pão cervejinha. Deve ser próprio para curar ressacas.
Quando estávamos retomando a viagem, voltou a cair uma chuvinha chata, e o tempo estava cavernoso.
 
Seguimos, e acima de Mostardas fizemos um trecho de exatos 64 km de buracos, fissuras e crateras com 5 trechos curtos sem capa asfáltica, mas nada que gerasse preocupação.
 
Na altura de Tavares (RS) a chuva cessou totalmente e o tempo passou a nos mostrar uma cara menos feia.
 
Quando chegamos a Osório o tempo já estava até aceitável. Reabastecemos as motos, relaxamos um pouco, telefonei ao Cassola, e como ele estivesse em Tramandaí (RS), resolvemos prossegui até Sombrio (SC), posto que ainda era cedo e seria muito bom adiantarmos o trecho para o dia seguinte, Liguei também para o Verani para dizer-lhe que não mais pernoitaríamos em sua casa, pois havíamos redividido nossas etapas finais de viagem. E a Nelci, muito atenciosa, já havia até feito nossas camas. Desculpe-nos, Nelci. Desculpe-nos, Verani. We are so sorry, dears.
 
Quando passávamos novamente pelo Complexo da Usina Eólica da C.E.E.E. em Osório, sem que eu me desse conta, me voltou à cabeça aquela alegoria de Don Quixote, com a diferença de que, desta feita, eu estava acompanhado de 3 doublés de Sancho Pança, o Formigão, o Zé Justo e o Maurício. Haja escudeiro ! E sem que se possa fazer conexão com esse meu desvario mental, concluí que sou mesmo um eterno aprendiz. 
Formigão acendeu outro cigarro (só prá variar), e desta vez, por algum motivo incerto ou indecifrável, fiquei observando-o, e percebi que esse vivente carioca, quando fuma, fica mais sério que porco urinando.
 
Eu estava saindo do Rio Grande do Sul, lugar de solo abençoado que permanece ainda dando grandes safras de amor, compreensão, ternura, companheirismo, carinho e tudo mais de bom que sempre recebi quando de minhas passagens e estadas nesse que foi o único Estado na nação tupiniquim a brigar para continuar fazendo parte da Federação. E tomara que na terra de Bento Gonçalves, Neto e Canabarro a indiferença, o desprezo, a frieza e o descaso não frutifiquem nunca mais.
Prosseguimos e entramos na Estrada do Mar para que o Formigão pudesse conhecê-la, e no seu final, já em Torres (RS), paramos na Tenda do Pelé onde saboreamos pastéis de camarão (nota 7) com nacos de queijo e de embutidos regados a suco de laranja e a caldo de cana (garapa). Na saída comprei 1 kg de feijão vermelho, que dá um caldo consistente e tem gosto espetacular. Gosto muito.

Em Torres voltou a chover forte e o tempo fechou totalmente de novo. Então só de marra, decidimos passar direto por Sombrio (SC) e parar somente em Araranguá (SC) para pernoite. Nos hospedamos no Hotel Mazzuco, na beira da BR-101, um hotel bem ao gosto da média dos motociclistas, bom, simples, barato e funcional, e com posto de combustíveis e local para refeições ao lado.
Em tempo, registro que cruzamos a divisa entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina pela ponte por sobre o Rio Mampituba.
 
Relaxamos bastante, tiramos o pó e o mofo dos muitos kilômetros molhados, conferimos as caixas de rum e de noite fomos jantar na Lanchonete Mazzuco, contígua ao hotel. A comida era muito simples, e por isso mesmo bem palatável. Comemos arroz, feijão, salada, batatas fritas, bife e ovo. Empurramos o entulho goela abaixo com uma Devassa geladinha. Daí fomos descansar e dormir. E choveu prá dedéu a noite todinha.
 
Antes de desligar o corpo e a consciência pensei muito sobre as coisas de cunhos emocional e afetivo que me tem ocorrido, e concluí que gastei o aço do estribo na busca do improvável e de mim mesmo, e me transformei em distância...
 
Numa quinta-feira braba, 08 de dezembro, aniversários da cidade de Guarulhos (SP) e da Darci Paulino, minha queridíssima amiga e parceira de curso de lingua italiana, o dia amanheceu desconfiado, de cabeça baixa, mais enfumaçado que rescaldo de incêndio. Até parecia que todos os sacis, gnomos e duendes daquelas matas tinham resolvido pitar seus cachimbinhos ao mesmo tempo.
 
Esperamos que a bruma se alçasse um pouco e pegamos estrada às 8:30 h, com previsão de pousarmos em Joinville (SC) ou Garuva (SC).
 
Com tempo nublado e sem chuva a viagem foi se desenvolvendo bem, e estava agradável de se pilotar com temperatura amena. Ao atingirmos Joinville decidimos prosseguir até Garuva, e lá chegando, como estivéssemos bem dispostos à custa de Red Bull, resolvemos então seguir viagem e darmos um tiro bom até Cajati, já no Vale do Ribeira em São Paulo.
  
Chegando a Cajati, como essa não é lá uma cidade das mais aconchegantes, olhamos um para o outro, o Formigão, sério como de costume, fumou outro cigarro, e decidimos num piscar d’olhos pernoitarmos em Registro (SP), onde chegamos na boca da noite e nos hospedamos no Hotel Gran Valle, bom, bonitinho, barato e com atendimento simpático e bem acima da média. Relaxamos um pouco após o banho, e jantamos no próprio hotel uma comidinha honesta. Depois fomos dormir cedo por estarmos cansados em razão de termos puxado mais de 740 km, quando a previsão inicial era de 430 km.
 
No meu último dia dessa viagem com o parceiro Formigão o trecho seria de apenas cerca de 180 km, e no dia 09 de dezembro, uma sexta-feira sem tempero, saímos do hotel e pegamos estrada cedo até por força do hábito.
 
A breve viagem do dia trancorreu mansa e serenamente, e chegamos ao coração da cidade de São Paulo em pouco mais de duas horas.
 
Aproveitamos o resto da manhã para irmos de mala e cuia diretamente para as Bocas de Moto de São Paulo, onde o Formigão comprou e pediu para que fossem despachados um novo pneu traseiro e escapes muito chiques para sua Boulevard 800.
 
Feito isso, fomos para o início da Rodovia Ayrton Senna (SP-070), e no seu entroncamento para o Aeroporto Internacional André Franco Montoro em Guarulhos, nos despedimos de forma emocionada e doída.
 
Fui para minha casa e o Formigão seguiu viagem para o Rio de Janeiro com previsão de parada para pernoite em alguma cidade do Vale do Paraíba (SP).
 
Cheguei na garagem do prédio onde moro, subi as bagagens auxiliado pela Thaís, minha primogênita, que casualmente estava por ali, me livrei das roupas de viagem e preparei imediatamente um bom chimarrão para relaxar e pensar. 
E pensando, me descobri mais sozinho do que nunca, machucado, vazio, meio triste e desencantado por ter chegado aos 60 anos e ter constatado minha total incompetência em ser feliz. Sim, pois se me encontro dessa forma, devo isso somente a mim.
 

Mais tarde Formigão me deu notícia de que havia decidido chegar em casa no mesmo dia, e que na altura de Quatis (RJ) havia pego uma chuvarada profissional que o acompanhou até a Baixada Fluminense (RJ), mas que havia chegado bem ao Sítio do Formigão Amarelo na Ilha do Governador (RJ), e que as garrafas de rum tinham chegado intactas com a proteção de Baco.

Baco (em grego: Βάκχος, transl. Bákkhos; em latim: Bacchus) era um nome alternativo, e posteriormente adotado pelos romanos, do deusgregoDioniso, cujo mito é considerado ainda mais antigo por alguns estudiosos. Os romanos o adotaram, como muitas de suas divindades estrangeiras à mitologia romana, e o assimilaram com o velho deus itálico Liber Pater. Algumas lendas mencionam que a cidade de Nysa, na Índia (atual Nagar) teria sido consagrada a ele. É o deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente sexuais, e da natureza. Príapo é um de seus companheiros favoritos (também é considerado seu filho, em algumas versões de seu mito). As festas em sua homenagem eram chamadas de bacanais - a percepção contemporânea de que tais eventos eram "bacanais" no sentido moderno do termo, ou seja, orgias, ainda é motivo de controvérsia.
Dizer que o 1º Abraçando o Uruguay foi bom, bem organizado e sem defeito algum, seria dizer muito pouco e não traduziria a realidade. Em verdade esse evento foi perfeito, completo, magnífico, singelo, organizadíssimo, diferente e com participantes espetaculares e ótimos companheiros. Foi o melhor evento do qual participei no últimos 279 anos.
 
Quero agradecer muito aqui de forma penhorada a todos os participantes do 1º Abraçando o Uruguay nas pessoas de: Cláudio Velho, Cesar, Celeste, Quinhones, Heber, Faiska, Mena, Otto, Rô Bonita, Valnoi e Helena, Chico Pedra Lascada e Ana, Romeu, Linhares e Maiato, do Rio Grande do Sul.
 
Agradezco también a Loro, de la Republica Argentina.
 
Tan cariñosas gracias a mi querido Uruguay, a su policía y a su gente en las personas de: Jesol y Señora Lidia, Zebrita, Carlito, Juan Baiano e Alejandro Javier.
 
De forma mais que especial agradeço muito a:
 
Canibal, pelo convite, pela recepção, pelo companheirismo, pelo bom humor, pela amizade, pelo som da sua gaita de boca, e pela acolhida em Rio Grande.
 
Claudião e Evelise, pela recepção, pela amizade, pela parceria e pela total disponibilidade em Pelotas e por todo trajeto do evento.
 
Schutz, pela companhia full time, pelo ótimo humor, pela simpatia e por ter tornado mais prazerosa nossa viagem.
 
Vagner, pela companhia constante, pela amizade, pelas dicas para minha próxima tatuagem, e por ter rebocado a moto do Claudião.
 
Mito, pela parceria total e por ter transportado com cuidado nossas caixas de rum.
 
Hilton e Déia, por serem mesmo grandes companheiros de viagem e pela magnífica reportagem do evento.
 
Kojak, pela excelente recepção dada ao grupo em Santana do Livramento, pela amizade, pelo carinho e por ter estado sempre à nossa total disposição. Gracias, mi querido compañero de Ushuaia.
 
Romácio, por ter sido o interlocutor oficial do nosso grupo, pelo discurso emocionado e sensível na 1ª Motocena Solidaria, e pela parceria e companheirismo no retorno. Extensivo ao seu filho Jr.
 
Henrique, Ademir, Dindo e pessoal de Pelotas, pelo carinho costumeiro, pela recepção, pela amizade sem limites, pela disponibilidade, pelo apoio, pela compreensão e pelo excelente assado de anchovas.
 
Cacalo, pela amizade imediata, pelo mate, pelas dicas e informações e pelo extremo carinho com que fomos tratados em seu hotel.
 
E derramo aqui loas ao Formigão, grande figura, parceiraço, companheiro de todas as horas, gentil, sereno, e pau prá toda obra, principalmente se houver rum. Beijo, Formiga !
 
Obrigado, gente ! Até a próxima, que espero não demorar muito. Beijo e abraço carinhosos em todos.
 
Dedico a todos uma Oração Céltica:
 
Que a estrada se abra à sua frente,
Que o vento sobre levemente às suas costas,
Que o sol brilhe morno e suave em sua face,
Que a chuva caia de mansinho em seus campos,
E, até que nos encontremos de novo,
Que Deus lhe guarde na palma de Sua mão.
 
Y por fin, parte de la Milonga de Tres Banderas, de Jaime Caetano Braun:
 
... brasileño y oriental,
Rio grandense y argentino,
Piedras del mismo camino,
Aguas del mismo caudal,
Hicieron de tu señal
Himnos de Pátria y clarín
Hasta el mas hondo confin,
Bajo el cielo americano
De Osório, Artigas, Belgrano,
Madariaga y Sam Martin...
 
 
 
Marcão, em 25 de dezembro de 2011.
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